terça-feira, janeiro 30, 2007

Sarau Casa das Rosas

Imagens minhas no sarau de 453 anos de São Paulo, o Sampoemas, coordenado pelo poeta amigo Sergio Vaz.
fotos: Ricarda GoldoniInício da interpretação Recitando a poesia "A noite te convida"...
de minha autoria e publicada nos Cadernos Negros vol. 29

Voltei...

Caracas. Tô de volta pra terra da garoa, ou melhor, da enchente como diz o Buzo.
Eu estava lá no Rio de Janeiro desde sábado, participando da 5ª Bienal da Une.
Lá curti muitos momentos bons, como por exemplo; o show do Ilê Ayê - Quem é que sobe a ladeira? Sou eu sou eu. E a coisa mais linda de se ver, é o Ilê Ayê...
E também vi o show de Dona Ivone Lara - Foram me chamar, eu estou aqui, que que há?
Não tem dinheiro que pague, nem mesmo o rolê que fiz por lá. Pena que o Paulo Lins estava fora, caso contrário teríamos combinado um rolê pelos morros do Rio, pra conhecer algumas bibliotecas comunitárias.
Não deu pra ficar rico, mas vendi uns livros, além de pegar muitos contatos e conhecer muita gente de vários estados desse Brasil.
Tô de volta. E não esqueci de você Dona Telefônica, o conto que prometi vai ser publicado ainda essa semana, me aguarde.
E também vou pblicar minha agenda de fevereiro aqui no blog, como sempre fiz.
Críticas, dúvidas, sugestões, palestras e algo mais: sacolagraduado@gmail.com
Saudações literárias!

Fotos inéditas!

Aqui eu tô na facul aprendendo a tocar triâgulo, e aprendi. Rs E aqui tô interpretando o conto "Caminhos Cruzados" de minha autoria.
E continua...
Aqui foi em março de 2005, 1ª vez que a Cooperifa esteve em Suzano
Eu e Marcelino Freire em nov. 2005
Eita, aí tem eu (18 anos) a irmã do Robson Canto (esqueci o nome) e o Buzo (20 anos mais novo). você tá vendo uma cabeleira ao lado? É o cabelo do Preto Góes, que estava com a gente no lanç. do livro Manual Prático do Ódio do Ferréz, na livraria cultura.
Aqui tá a Alessandra Félix e eu na concentração da Marcha Noturna em Suzano, nov. 2006
E aqui eu tinha 21 anos, tava apresentando o primeiro sarau em Suzano.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Sampoemas + Bienal

Salve, salve navegantes desse blog. "Óia eu aí na ativa como sempre".
Seguinte: Hoje (quinta) às 20h, estarei participando do sarau "Sampoemas" lá na Casa das Rosas, na avenida Paulista, coordenado pelo poeta e amigo Sérgio Vaz. Esse sarau faz parte das atividades em comemoração do 453 anos de Sampa.
E amanhã (sexta) às 22h, embarco para o Rio de Janeiro, rumo á 5ª Bienal da União Nacional dos Estudantes, que vai de 27/01 à 02/02. Mas só ficarei lá até quarta (31).
Estarei representando a cidade de Suzano, a Secretaria de Cultura e a Associação Cultural Literatura no Brasil... eita, que responsa hein!
Vou aproveitar e vender uns livros por lá, já que não estou sendo custeado por nenhuma das entidades citadas acima.
Quem tiver por lá a gente se encontra.
Abraços e saudações literárias.

Em 2005!

Em dezembro de 2005, foi lançada a revista Trajetória Literária nº 01 no Centro Cultural de Suzano. Aproveitando o momento exibimos pela primeira vez o vídeo-documentário Literatura no Brasil, um release de 3 anos do Projeto Cultural Literatura no Brasil que faz e acontece em Suzano, uma Associação que está interessada de fato com o incentivo á leitura e divulgação dos novos escritores.
Confira algumas fotos! Eu, segurando a revista, projeto histórico na cidade de Suzano Público presente
Geraldo Garippo (diretor cultural), Carlos de Andrade (escritor) e eu
Cadastro para ganhar a revista
Escritores autografam seus primeiros textos publicados
Distribuição da revista
Mais autógrafos

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Obra de Contos

Contos que versam sobre uma prostituta que tem argumentos suficientes para provar que não é prostituta, apesar de vender o corpo. Contos que versam sobre um detento que tem abstinência sexual. Contos que versam sobre o fracasso de um escritor que vende seus livros de bar em bar. Enfim, contos que versam sobre você.
Adquira agora mesmo o seu exemplar. Saiba como:
Livraria Cultura: www.livrariacultura.com.br

terça-feira, janeiro 23, 2007

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Eu odeio a telefônica!

A partir de agora eu declaro guerra á Telefônica, esta empresa está prestando um deserviço á população brasileira. Não é de hoje que ela é campeã de reclamações nos serviços de Proteção ao Consumidor, e mais, é campeã em não resolver os problemas que originaram as reclamações.
Eu estou sofrendo um descaso com a Telefônica desde que assinei a linha, no ano de 2003. Ela vive com problemas, ora com ruídos que dificulta o contato, ora mudo. Ora sem explicações, ora sem resoluções.
E piorou depois que eu assinei o sinal de Speed. Fiquei com os nervos á flor da pele. E mais pior ainda é que eu não posso cancelar o serviço antes de 07 de julho deste ano, senão pagarei uma multa de alto valor, que compensa ficar com o serviço até esta data.
Estou declarando guerra á telefônica por tudo isso. Declaro guerra, porque me deixam 20 minutos aguardando para ser atendido, e quando consigo falar com alguém, ou me enrolam até eu desligar ou desligam a ligação.
Tremendos filhos das putas.
Declaro guerra pela falta de preparo dos atendentes, que só lhe tratam bem quando querem oferecer novos produtos.
Antes desse mês acabar vou publicar na internet um conto sobre a minha relação com esta empresa. Vou me vingar, ah se vou.
Não quero detecta, não quero o Kit Tô Aqui, não quero secretária eletrônica e muito menos tratamento eletrônico. Só quero ser um cidadão não ludibriado. Só quero explicações sobre os números interurbanos e celulares que eu nunca vi na minha vida e apareceram nas minhas contas.
Alguém aí pode me ajudar?
Parabéns Caros Amigos, pela matéria "Alguém aí também odeia a telefônica?" publicada na edição deste mês. A imprensa bem que poderia seguir o exemplo e cair em cima desta empresa
Eu também odeio a telefônica!
Sacolinha, cidadão roubado e indignado
com os serviços da Telefônica.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Tomem nota...

dessas notas! Estive sábado de manhã na frente do Museu da Língua Portuguesa, vendendo e divulgando os meus livros. Lá conheci o Talapáxi, poeta angolano que está no Brasil há 15 anos. O cara tá com 39 anos e mora em Arujá, Alto Tietê, aqui do lado de Suzano. Apesar do tempo em que está aqui no país, ainda não perdeu o seu sotaque. Convidei ele para ir no sarau na Casa de Cultura do Itaim Paulista, que aconteceu na parte da tarde. Ele topou na hora. No trem, disse á ele que tem idade para ser o meu pai, já que a minha mãe só tem 39 anos também. O cara riu e disse que eu estava era zombando da cara dele. Mas pô, eu só tenho 23 anos, fazer o quê se ninguém acredita? Nova amizade, novos frutos. Das 15h às 19h do sábado, aconteceu na Casa de Cultura do Itaim Paulista, um sarau organizado pela amiga Samara, pelo movimento Punk e pelo Movimento Humanista. Houve muita poesia, teatro e música. No fim, um bate papo sobre as manifestações contra o aumento da passagem de ônibus em Sampa. Meu computador está no conserto há 5 dias. Tô quase aflito, pois isso atrasa a conclusão do meu terceiro livro, o romance Estação Terminal. E de vários outros textos em andamento. Além das coisas na internet. Vixe, só de pensar... Ah, visitem o blog do Rodrigo Ciríaco e veja como ser abordado pela polícia: www.efeito-colateral.blogspot.com E também tem o novo blog da Suburbano Convicto Produções: www.literaturaperiferica.blogger.com.br E também do Renato Vital: www.renatovital.blogspot.com E este post tá parecendo com o blog do Marcelino. E tô correndo pra cacete; muitos projetos, várias atividades, planejamentos e leituras. Tô quase doido. Enfim, fui.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

É isso!

É eu mesmo! Meu segundo livro (contos) Meu primeiro livro (romance)

Como comprar?

Eita laiá, 2007 chegou e muita gente ainda não leu o livro “85 Letras e um Disparo”, que tem prefácio do Moacyr Scliar (Academia Brasileira de Letras), ótima qualidade editorial e segundo a crítica é o livro de contos mais contundente dos últimos tempos. Sem contar que já está sendo estudado em três universidades e em menos de três meses de lançamento já ganhou dois prêmios. Tá esperando o quê? Custa só R$ 14,90. Não achou ainda? Então compre pela Internet agora mesmo com a livraria cultura, ela financia em até 3x sem juros. www.livrariacultura.com.br Ou direto da editora: www.editorailustra.com.br Ou aproveite esta promoção! Aqui você não paga o frete se adquirir os dois livros diretamente comigo. Aquisição via correio do livro “85 Letras e um Disparo” com o autor. Valor do livro: R$ 14,90 + Carta registrada: R$ 5,00 = 19,90 Deposite este valor no Banco Nossa Caixa Ag: 0246-1 C/Poupança: 19 030.710-6 Ademiro Alves de Sousa Depois passe um e-mail ou ligue avisando do depósito e o endereço postal para envio. Caso queira adquirir junto o romance “Graduado em Marginalidade” também de minha autoria, você não paga o frete. Aproveite! Deposite + R$ 19,90 – Total: R$ 39,80 – R$ 5,00 (frete) = R$ 34,80 Recapitulando: Adquirindo dois livros você não paga o frete. Seja dois exemplares do “85 Letras e um Disparo”, ou dois “Graduado em Marginalidade” ou um de cada. Aproveite!

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Retorno de leitura

Tenho recebido muitos comentários sobre a "Crônica de um jovem salvo pela literatura" que enviei por e-mail á todos os meus contatos no dia 03 de janeiro. A intenção é tentar sensibilizar os líderes e formadores de opiniões dos diversos setores da sociedade. Mostrar que a leitura de livros pode sim mudar o mundo, pode sim dar educação, pode transformar uma pessoa, pode ajudá-la a sair da alienação, pode ajudá-la a não ser mais empregado e não ter que ficar se rebaixando a nenhum empresário. A literatura salva sim, eu sou um exemplo em pessoa. Isso aí, cara! Também eu fui salvo pela literatura: se não fosse estecomputador pra cegos, já teria me matado. Se você quiser ler mais umlivro, me passe seu endereço, que eu mando um meu pelo correio. Sequiser, você me manda um seu em troca. E continue poderoso em 2007! GLAUCO MATTOSO, poeta e escritor. Olá Sacolinha Belo depoimento! O Trem realmente do subúrbio ainda precisa ser melhor estudado pela antropologia urbana. Sua iniciação nas composições da CPTM não é o único caso de convertimento à literatura. O seu tio já te deu um retorno sobre a revelação? ELEILSON DE SOUZA, coordenador de projetos na Ação Educativa. Falar o que irmão? Acrescentar o que broder? Está escrito por você E o riso está em meu rosto Viva o sacolinha Viva a leitura Viva a literatura Abraços do mano sylvio neto SYLVIO NETO, poeta do Rio de Janeiro. OI, Sacolinha! Tudo bem? Espero que sim. Grande batalhador, admiravél e incansável. Gostaria de te desejar boa sorte, saúde, harmonia, sabedoria e discernimento. Que este ano traga para sua carreira o reconhecimento do público. Gostei do que escreveu. Mande mais. Beijos, fique com Deus. Elisete C. Nunes (Grupo Dorothéa e Sua Trupe - Teatro de Bonecos/Mogi das Cruzes).

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Breve release

Trajetória... Da redação da Folha de São Paulo Sacolinha, nome artístico de Ademiro Alves de Sousa, nasceu em São Paulo no dia 09 de agosto de 1983. Sempre foi um sujeito inquieto. No ano de 2002 essa inquietação atingiu o auge, e foi neste momento que Sacolinha se apegou á leitura e logo em seguida adotou a escrita como instrumento de desabafo. “Escrevo para se extravasar”, afirma ele. Em dezembro de 2002, ele criou o Projeto Cultural Literatura no Brasil, com o intuito de divulgar os escritores desconhecidos e levar leitura aos que não têm acesso. No ano de 2003 iniciou suas participações em diversos concursos literários, sendo premiado em muitos deles. Iniciou a escrita do seu primeiro romance “Graduado em Marginalidade” em abril de 2004, terminando essa produção em novembro do mesmo ano. Mas só foi lançá-lo em agosto de 2005, iniciando aí a sua entrada no mundo dos autores publicados. Participa de diversas revistas e antologias e escreve mensalmente para vários sites de literatura. De dezembro de 2004 à fevereiro de 2006 foi presidente do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Sócio-Cultual Negro Sim. Produziu o vídeo-documentário do Projeto Cultural Literatura no Brasil, hoje com o nome de Associação. Atualmente trabalha como Coordenador Literário na Secretaria de Cultura de Suzano e é graduando em Letras pela Universidade de Mogi das Cruzes. Agitador cultural, faz palestras sobre literatura e questão racial e desenvolve freqüentemente eventos literários.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Ainda não leu?

Não perca mais tempo. Envie um e-mail para: sacolagraduado@gmail.com e faça o pedido. Ou entre no site da livraria cultura: www.livrariacultura.com.br e encomende o seu. Custa apenas R$ 14,90

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Texto liberado!

Respondendo a professora Maísa Cristina Vibancos, que deixou um comentário sobre o texto: "Crônica de um Jovem salvo pela literatura!".
Pode usar o texto sim, na sala de aula e mais onde a senhora quiser. Ficarei eternamente satisfeito se este texto abrir a cabeça de alguns alunos para o interesse á leitura, que assim como me tirou das garras da alienação e da morte, pode tirar outros jovens também. Fique á vontade professora, a senhora e quem mais quiser utilizar o texto para este fim. Está liberado. É algo que posso fazer para agradecer o que a literatura fez comigo.

No presídio!

Essa foto foi tirada na minha última visita no presídio em 2006. Foi na Penitenciária Feminina de Santana, no dia 13 de dezembro. Quem organizou o sarau foi o pessoal do Leitura Ativa junto com a Funap.

Novos rumos em 2007

Ademiro Alves de Sousa (São Paulo – S.P - 1983). Sacolinha, nome artístico de Ademiro Alves de Sousa. Graduando em Letras na Universidade de Mogi das Cruzes. TRAJETÓRIA 2002: Março: Começa a pegar gosto pela leitura. Junho: Começa a escrever. Dezembro: Cria o Projeto Cultural Literatura no Brasil. 2003: Setembro: É premiado no 2° Concurso “ARTEZ”, com o conto urbano “Um dia comum”. 2004: Abril: Começa a escrever o seu primeiro livro. Maio: Participa da revista Caros amigos "Literatura Marginal" ato III. Outubro: Participa da coletânea “ARTEZ” vol. V - Meireles editorial. Novembro: Termina a produção do seu primeiro livro. Dezembro: Assume a presidência do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Sócio cultural Negro Sim. Escreve o conto “Pacífico Homem Bomba” que foi adaptado para o teatro. Participa da Antologia “No limite da palavra”; editora Scortecci. Participa da antologia poética: “O Rastilho da Pólvora” do Projeto Cooperifa, (Cooperativa Cultural da Periferia). 2005: Janeiro: É convidado para assumir a Coordenadoria Literária na Secretaria Municipal de Cultura de Suzano – S.P. Março: Assume oficialmente a Coordenadoria Literária em seu município. Abril: Seu estilo literário começa a ser estudado em quatro universidades: USP- Universidade de São Paulo. UMC- Universidade de Mogi das Cruzes. Anhembi Morumbi. Universidade Metodista. Agosto: Lança o seu primeiro livro. O romance contemporâneo “Graduado em Marginalidade” em Suzano, São Paulo, pela editora Scortecci. Lança o “Graduado em Marginalidade” em Cambuí, Minas Gerais. Setembro: Escreve o Posfácio do livro “O trem – Contestando a Versão Oficial”, do escritor Alessandro Buzo. Outubro: Começa a vender livros nas noites de São Paulo. Inicia a produção do seu segundo livro: “85 Letras e um Disparo”. Novembro: Produz o Vídeo-documentário do Projeto Cultural Literatura no Brasil. Dezembro: Lança em parceria com a Prefeitura de Suzano, a Revista “Trajetória Literária”, que reúne 20 escritores inéditos. Participa do livro Cadernos Negros vol. 28 – Contos Afro-Brasileiros. Recebe o “1º Prêmio Cooperifa”. Funda oficialmente a Associação Cultural Literatura no Brasil, antes com o nome de “Projeto Cultural Literatura no Brasil”. 2006: Janeiro: O romance “Graduado em Marginalidade” é indicado para participar do Prêmio Jabuti como melhor livro de 2005. Fevereiro: Ingressa no Curso de Letras da Universidade de Mogi das Cruzes. Março: Finaliza a produção do seu segundo livro, “85 Letras e um Disparo”. Abril: Inicia sua carreira de dramaturgo, escrevendo a peça de teatro: “Toque de recolher”. Começa a produzir o seu terceiro livro, o romance “Barril de pólvora”. Escreve o conto “Devaneio” para a “Revista Palmares” – Cultura Afro-Brasileira nº 2 da Fundação Cultural Palmares – Governo Federal. Agosto: Lança a sua segunda obra, “85 Letras e um Disparo” - livro de contos, editora Ilustra. Produz um documentário em parceria com a Rede Globo de Televisão sobre o incentivo á leitura. Setembro: O documentário sobre incentivo á leitura é exibido duas vezes na TV Globo, dentro do programa “Via Brasil”. É jurado da Seleção Cadernos Negros, volume 29. Novembro: Recebe dois prêmios literários na Universidade Mogi das Cruzes. Revisor da Revista “Trajetória Literária II” Dezembro: Novamente em parceria com a Prefeitura de Suzano, lança a Revista “Trajetória Literária II” – Contos selecionados. Projeto que reúne 10 escritores inéditos. Participa da antologia Cadernos Negros vol. 29 – Poemas Afro-Brasileiros. Recebe o “2º Prêmio Cooperifa”. É jurado do 1º Concurso literário de contos e poesias da FEBEM (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor). Sacolinha é ativista cultural. Faz palestras sobre literatura e questão racial; desenvolve freqüentemente eventos literários e ministra oficinas literárias. Contato: (11) 8325-2368 Fone/Fax: (11) 4747-4180 E-mail: sacolagraduado@gmail.com

terça-feira, janeiro 02, 2007

Primeiro texto do ano!

Crônica de um jovem salvo pela literatura! Sou quem sou, graças aos livros, se não fossem eles eu estaria à sete palmos abaixo da terra. Nasci numa família onde a leitura vinha em último plano. O máximo que acontecia era um dos meus tios que aos domingos durante o café da manhã abria um jornal, o extinto Diário Popular, e ficava ali a folhear durante horas. Mas isso não durou muito, pois ele acabou ficando desempregado e o primeiro corte de gasto foi o jornal. Um outro tio que hoje é padre, fora durante alguns anos, coordenador da sala onde estudava e muito amigo dos professores e diretores. Sendo assim, ganhava muitos livros. Às vezes chegava em casa com uma caixa fechada de livros novos. E eu nem aí com nada. Só queria mesmo era saber de empinar pipa, jogar bolinha de gude, rodar pião, brincar, brincar e brincar. Lembro que o primeiro livro ao qual fui obrigado a ler (e não li) foi indicado pela professora de literatura quando eu estava na quinta série. Ela passou o livro no início do bimestre e no fim dele iria dar uma prova. O tempo foi passando e nada de eu ler o livro. Até que num domingo, que antecedia a prova, eu resolvi pegar no livro, antes, porém, havia perdido a pipa que empinava. Então lá fui eu, naquela tarde calorosa, onde o céu azul era completado pelas pipas e pelos pássaros que voavam no ritmo do vento. Peguei o livro, observei a capa, vi a página de rosto, li a primeira página, passei para a página do meio, e... Olhei para um lado e para o outro, fui até a página final, li e fechei o livro satisfeito. - Bom, dá pra tirar metade da nota. – Pensei sorridente. No dia seguinte a professora mal deu bom dia e tome-lhe prova. Resultado: não consegui responder nenhuma pergunta. Com isso, eu cheguei a conclusão de que quando se faz algo que é obrigatório, não rende e não se produz nada. Em 1998 mudamos de Itaquera para Suzano e mesmo assim continuei trabalhando como cobrador de lotação onde eu morava, e pra isso pegava os trens da CPTM às quatro da manhã. Só que três anos depois, chegou um momento que eu não agüentava mais ficar olhando para cara das pessoas dentro do vagão, e não conseguia cochilar. Precisava fazer alguma coisa para passar o tempo, aquilo ali estava ficando um marasmo dos diabos; as pessoas quando não estavam dormindo, ou estavam jogando baralho (e eu até hoje não sei jogar, a não ser o 21 que, muitos conhecem pelo nome de burrinho), ou fofocando ou falando das novelas. E foi então que comecei a prestar atenção n’algumas pessoas que liam livros ou riscavam revistas de passatempos. Pedi um livro para o meu tio que tinha vários debaixo de sua cama. Ele negou dizendo que eu não iria ler, e que iria era estragar os livros. - Deixa estar, eu dou um jeito. – Disse para mim mesmo com um riso sarcástico. E foi quando ele deu uma saída, entrei no quarto e peguei um livro. Comecei a ler no trem apenas para passar o tempo. Alguns dias depois eu já reclamava quando a composição chegava na estação de Itaquera. - Poxa vida, podia ter mais uma estação pra mim ler pelo menos mais uma página... E virei leitor de fato, lia não mais para passar o tempo e sim por prazer e busca de conhecimentos. E assim os livros foram sumindo das caixas debaixo da cama do meu tio. Até hoje ele não sabe disso, aliás, até o momento que ler esse texto. Sempre fui bom em redação, escrevia histórias com muita facilidade na época da escola, só não gostava de ler, ou não me ensinaram a gostar. Então comecei a colocar no papel tudo aquilo que via no meu cotidiano. Todas as cenas de injustiças sociais. Assim me sentia vingado, pois estava num momento de inquietação e conflito; meu padrasto havia acabado de desaparecer e eu virara chefe da casa, o único que tinha um emprego (informal), e com 19 anos de idade. Precisava fazer alguma coisa para me extravasar; ou eu partia para o lado da pólvora (crime) ou para o lado do açúcar (cultura). Optei pelo açúcar, que às vezes é um pouco amargo. Então, todas as coisas que eu tinha pra dizer, colocava no papel em forma de rap ou de texto literário, e não mais me sentia pequeno. A partir daí percebi que eu poderia fazer um estrago muito maior com a literatura, o contrário se eu tivesse ido para o crime. E assim comecei a ser mais seguro de mim mesmo, dono de minhas atitudes e dos meus atos. E toda vez que eu estou em algum local público e abro um livro, me sinto o todo poderoso, como se eu tivesse o bem mais precioso do mundo; e tenho. O modo e as técnicas de como escrever eu aprendo lendo, o talento já veio comigo, só preciso aperfeiçoar a cada dia. Três anos e meio depois de tudo isso, lancei o romance “Graduado em Marginalidade” meu primeiro livro. No ano seguinte (2006) lancei uma obra de contos, intitulada “85 Letras e um Disparo”. Antes, porém, participei de vários concursos literários e fui premiado em muitos deles. Sou quem sou, graças aos livros, se não fossem eles eu estaria à sete palmos abaixo da terra. E hoje procuro mostrar a muitas pessoas o que um livro pode fazer na vida de alguém, eles salvaram a minha e continuam salvando. A literatura também salva. Esse é o meu testemunho.
Sacolinha, é escritor e agitador cultural. Autor dos livros: Graduado em Marginalidade (romance) e 85 Letras e um Disparo (contos). Ministra palestras em escolas, presídios e faculdades. e-mail para contato: sacolagraduado@gmail.com